Para visitar as deslumbrantes e magnifícas ruínas de Yaxchilan (1) e Bonampak (2) não caiam no conto da carochinha de que é melhor pagar um tour de Palenque. Não é verdade. Vale a pena uma parada na graciosa vila de Lacanjá Chansayab (3). Ela fica exatamente no meio entre as duas ruínas e você ainda conhece o povoado indígena que deu nome a maior selva do México, os Lacandones. Há mais de 20 anos a comunidade já recebe turistas, porém, deixam claro a relação peculiar com os mesmos. Sob um ejido extremamente organizado, os Lacandones são coerentes em suas atitudes frente ao turismo que há na região. Os descendentes mayas plantam, cuidam da terra, reciclam o lixo e preservam os trajes brancos que desde muito tempo se usava na região. Fotografias, só com autorização. Conversam somente o necessário. Não demonstram nenhum interesse em trocas de conhecimento. Cuidam do espaço e daquilo que a natureza lhes presenteou de maneira exemplar. Se dividem em grupos familiares, chamados de campamentos. Nos arredores da comunidade, cachoeira e riachos fazem a alegria da criançada que tampouco parecem aceitar de maneira suave a presença estranha dos estrangeiros. São cabanas na beira do rio, encrustrada no verde da selva húmida e quente de Chiapas. Ficamos no campamento de Vicente Paniáguas. Mas a indicação local vai para as mãos de fada da cozinheira Nuk e seu marido Chankin. Sempre com a presença do filho Es, preparam uma autêntica comida mexicana de qualidade a preço justíssimo, 55 pesos. O restaurante está no campamento de Enrique Paniáguas. Tudo é preparado na hora, saindo com gostinho de comida fresca .
Buraco da Fechadura
1 - Descoberta em 1882, Yaxchilan foi a maior ruína que conheci nesta viagem e de acesso mais difícil. Depois de alguns coletivos e uma hora de barco se chega na exuberante cidade perdida no meio da selva. Para visitar todas as edificações que estão disponíveis são necessárias trilhas de 15 a 20 minutos e muita disposição, devido ao terreno sinuoso. Entre as construções, se vê macacos, iguanas e tucanos. Ao caminhar pelas edificações, ouve-se os grunidos dos gorilas tão alto que é fácil confundi-los com jaguares, animal tão citado entre as civilizações maias, símbolo de força e poder. Mas não. São só macacos. Os sustos na selva são comuns quando se passeia por ruínas de mais de séculos e com histórias ainda tão misteriosas. O apogeu de Yaxchilán foi durante o longo reinado do rei Escudo Jaguar II, em 742.
2 - O mais impressionante de Bonampak sãos as inscrições coloridas. Incrivelmente preservadas, se pode ver detalhes dos desenhos em cores fortes no interior das edificações. As estelas também estão bem claras.
3 - Lacanjá Chansayab se localiza há 188km de Palenque. Indo pela estrada Federal 199, dobra-se no cruzeiro de San Javier, percorrendo-se mais 13km. A foto do lacandon Vicente Paniáguas em frente a árvore centenária não é minha. Retirei da internet. Foto de Rosa Ripoll.
Nenhum comentário:
Postar um comentário