Seu Quirino é um homem forte. Aos 56 anos, voa leve como um pássaro. Leva a tradição veracruzana no corpo quando veste seu traje de volador e gira de pernas para o ar em torno do el palo volador, há mais de 30 anos. Pousou em Tulum há 6 anos. “Mas o governo não ajuda nem apóia o nosso trabalho em nada. Todo dinheiro que conseguimos é da gorjeta turística”, conta. Seu Quirino deixou Vera Cruz, alugou uma casinha no povoado de Tulum junto com outros colegas e hoje se apresenta de 10 a 14 vezes por dia em frente a entrada da zona arqueológica de Tulum, única ruína maia nas margens do Caribe (1). O pão de cada dia é tirado daí, de turistas que vão passando e deixam uma moeda. O número de transeuntes que por ali passam é enorme, pois além de ser a entrada da ruína, é o ponto de encontro dos transportes que levam grupos para os parques naturais de Xcaret e Xel-Há ( estes parques cobram U$ 90 por pessoa para um dia de diversão com all include). Acredita-se que o ritual é pré-hispanico e estava associado a cerimônia de uma boa colheita. Nas festas de santo da cidade ainda se realiza o ritual com este intuito, mas por muitos lugares do México ele é feito somente para colorir os olhares de quem passa e as fotos dos turistas.
Antes dos cinco
voladores escalarem o pau de
30 metros, eles tocam flauta e um tamborzinho, anunciando o início do ritual. Sobem, amarram-se, preparam-se. Um se finca no topo e continua tocando os instrumentos. Os outros 4 caem em movimentos circulares enquanto as cordas se desenrolas da cintura e das pernas. De fato, eles voam, vagarosamente, leves como pássaros. (vídeo)
Buraco da Fechadura
(1) A ruína de Tulum não impressiona pela exuberância das construções pré-hispanicas, mas por elas situarem-se num penhasco, à beira do mar caribenho. Sem dúvidas, foi a ruína que mais me comoveu. Sem falar nas histórias místicas que rondam a região. Onde tem uma ruína, tem um monte de histórias. Jamie, a italiana que gerencia a Playa esperanza, conta, com toda convicção do mundo, porque Tulum há muitos anos não é atingido por um furacão de frente. “É a magia de lugar. Por que vocês acham que os maias construíram a cidade deles aqui? Desde que cheguei em Tulum, dia 1º de janeiro de 2009, já recebemos alerta de 8 furacões e nenhum atingiu nossa praia de frente. Todos passaram por fora de Tulum. Eu já vi esse mar alto, o céu completamente preto, uma chuva sem fim, mas ao final, os furacões sempre se desviam.”
PS: Vídeo e fotos dos Voladores de Maíra Castanheiro
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